Relatório: Educação Afro-Indígena dos Inhamuns.

20 de abril de 2017 - 17:37

No dia 11 de abril 2017 a COORDENADORIA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – CREDE 15, promoveu a II REUNIÃO DO GT AFRO-INDÍGENA DOS INHAMUNS – MEMÓRIAS E VIVÊNCIAS RELATIVAS ÀS AÇÕES PEDAGÓGICAS EM 2015/2016 E PERSPECTIVAS PARA 2017 – CEDEA e CECOM. O evento ocorreu na sala de reuniões da referida instituição de educação.

 

Nosso café da manhã foi servido às 8h30min, ouvindo músicas sobre a temática afro-indígena, entre elas a música Madagascar, ilha do amor do grupo (Olodum) Reinevaldo Miranda da Silva, abordando questões relacionadas aos nossos povos ancestrais.

Com a música do cantor e compositor Chico Buarque, Roda Viva, iniciamos a dinâmica de apresentação (A importância do outro na construção na essência da minha existência). Momento de recordações de nossas experiências que perpassa nossa história enquanto seres em constante construção de aprendizagens envolvendo aspectos profissionais e emocionais do humano que nos tornamos e desejávamos ser.

A Coordenadora Maria Erenice dos Santos Barros – CREDE 15 -Tauá e a Orientadora Diva Lima da CEDEA, na abertura do evento ressaltaram em suas falas a relevância do projeto e a sua contribuição para uma educação emancipadora e humana, como também o reconhecimento da importância dos aspectos cognitivos na construção da nossa identidade do nosso povo.

A técnica Sônia Medeiros apresentou as ações realizadas através de “Um Breve Histórico do Projeto Afro-Indígena dos Inhamuns/CREDE15 (Agosto de 2015/2016 abril 2017)” no qual relatou os trabalhos desenvolvidos e vivenciados durante esse período. Ressaltou a importância da extensão dos Grupos de Trabalhos – GTs afro indígenas, criados dentro das escolas da rede estadual dos Inhamuns, dando ênfase a sua continuidade, motivando a participação de todos no processo de conhecimento da história dos nossos povos nativos que aparece de maneira bastante superficial nos livros didáticos de nossas escolas.

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Logo em seguida, foi iniciado o Intercâmbio das Amostra dos planos de ações desenvolvidas nas escolas estaduais/CREDE15 e CECOM/escolas municipais.

A EEEP Monsenhor Odorico de Andrade produziu 02 documentários (curta), viagem a Redenção, Memórias: (museu de Tauá, Jorge Moura (figuras rupestres e arqueologia em Tauá,) Cócoci: cidade fantasma). Slides apresentados pela coordenadora Fabiana Martins na culminância do projeto e o dia da consciência negra.

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A EEM Maria Dolores Petrola utilizou meios diversos de abordar o tema: quadrinho, artes plásticas, seminários e a feira de ciências, História dos Índios Jucás, Santa Marciana não reconhecida pela Igreja (Escrava martirizada Planalto/Arneiroz). Tem como coordenadora do GT Karine Mota.

A EEM Maria José Coutinho, tem como coordenador do GT afro indígena Denes Viana, tendo esse um vasto campo de pesquisa no município de Quiterianópolis, onde existe comunidade quilombola e aldeia Tabajara onde fica localizada a Escola Indígena Carlos Levy. Foi apresentado um relatório e uma paródia.

EEMTI Lili Feitosa, apresentou o projeto: A Herança Afro-Indígena e o Racismo no Brasil, onde trabalha a interdisciplinaridade do projeto, passeando pela biologia, artes, literatura, história, geografia, sociologia, filosofia, enfim, todas. O professor Paulo Robson é coordenador do GT da escola. Produziu junto com seus alunos o documentário(curta): O Breve Histórico Da Aldeia Tabajara de Quiterianópolis-CE.

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Almoço foi realizado no restaurante Central em frente a Praça da Juventude.
Retornamos nossas atividades com a Temática: A Espiritualidade Afro-indígena (Quebrando Tabus e Desmistificando os Mitos), onde Eleniza, líder dos Povos Tabajaras de Quiterianópolis, conhecida Maria Lira também, fala não só da espiritualidade, mas da história dos nativos Tabajaras. Dona Francisca Tabajara sua mãe é Pajé da Aldeia.

A senhora Benvinda, uma das integrantes da ISSO recordou a história do Pe. Alfredinho/Isso (Irmandade do Servo Sofredor) e a importância das organizações da comunidade através da fé. As professoras Ana Vale, Chichica Gonçalves e Silvânia Ferreira, contribuíram com explanação relatando as memórias e experiências compartilhadas nos movimentos sociais da região do Inhamuns. Juntas fazem parte do GT como sociedade Civil.

 

Em seguida, houve o espaço aberto para diálogos e questionamentos relacionados a temática, acompanhados de encaminhamentos para o ano letivo de 2017 – Projeto Afro Indígena dos Inhamuns – CEDEA E CECOM. A partir deste projeto, foi orientado o trabalho com o Sub Projeto Amado Jorge – O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão, (Capitães de areia e mar morto) e Raquel de Queiroz (O quinze, Memorial de Maria Moura) de forma interdisciplinar, e outros sub-projetos de acordo com as necessidades de aprendizagem e níveis dos alunos. Para tanto, sugerimos que as escolas de ensino médio e secretarias municipais de educação firmem parcerias com as bibliotecas públicas municipais, secretarias municipais e estadual de cultura, ministério da cultura, motivação para utilização do acervo das bibliotecas nas escolas municipais e estaduais, bem como levantamento de obras literárias envolvendo a temática no nível de ensino fundamental e ensino médio, músicas, vídeos, filmes, cantigas, contos, pesquisas culturais e históricas, teatro, entre outras atividades interdisciplinares inseridas no currículo.

Após esse momento, foi realizada a avaliação com todos os participantes, sendo considerado um dia produtivo de socialização de experiências, informações e conhecimentos, valiosas sugestões, integração do grupo de trabalho – GT e encaminhamentos necessários para os trabalhos nas escolas da educação básica desta regional. Foi sugerido também a criação de um dicionário Afro-Indígena da região dos Inhamuns.

“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade”. (Artigo I, Declaração Universal dos Direitos Humanos)

 

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